Novas respostas da BIA
contra o assédio

sobre o assédio moral, sexual e virtual

O assédio é um tipo de violência e pode acontecer de várias formas. É importante entender cada uma para se defender e impor limites.

1. O QUE É ASSÉDIO?

O assédio é um tipo de violência e pode acontecer de várias formas. É importante entender cada uma para se defender e impor limites. Confira:

ASSÉDIO MORAL: é a humilhação ou ofensa a uma pessoa ou um grupo que acontece diversas vezes no ambiente de trabalho. Quando esses ataques acontecem de forma isolada, chamamos de violência psicológica. O assédio moral pode se apresentar de formas variadas, como discriminação racial, homofobia, transfobia, discriminação por algum tipo de deficiência e discriminação linguística (pela forma de falar e escrever).

ASSÉDIO SEXUAL: é o ato de constranger alguém para conseguir favorecimento sexual, baseado em uma relação de hierarquia e subordinação entre vítima e agressor. O assédio sexual pode acontecer uma única vez - diferente do assédio moral - e é restrito ao ambiente de trabalho. Recentemente, a importunação sexual foi tipificada em Lei e considera casos que não envolvem uma relação hierárquica ou de trabalho. Aqui você pode saber mais.

ASSÉDIO VIRTUAL: Os ambientes virtuais e a internet são um reflexo das coisas que vivemos fora deles. Por isso, o assédio virtual é a prática de comportamentos hostis, ofensivos e violentos contra uma pessoa ou um grupo através de tecnologias e plataformas online.

2. ENTÃO, NA PRÁTICA, O QUE É O ASSÉDIO SEXUAL?

O assédio sexual, previsto em lei, acontece sempre em um ambiente de trabalho. Fora desse ambiente, o que acontece é a importunação sexual, que é uma violência cometida, na maioria das vezes, contra as mulheres no espaço público. Tanto a importunação sexual quanto o assédio sexual são formas de demonstração de poder e não têm a ver com atração ou desejo de uma relação.

Por muito tempo, a importunação sexual foi cometida sob o argumento de ser uma paquera ou brincadeira, mas sabemos que é uma forma de violência com inúmeras consequências para as vítimas.

Confira alguns comportamentos que podem ser considerados importunação sexual:

  1. "Cantadas" invasivas
  2. Beijos forçados
  3. Apalpadas
  4. "Encoxadas"
  5. Ejacular em alguém ou em razão da vítima*
*Esta violência é mais comum em transportes ou em espaços públicos.

3. COMO DIFERENCIAR ASSÉDIO SEXUAL DE IMPORTUNAÇÃO SEXUAL?

Existem diferentes formas de violência contra a mulher, inclusive na nossa legislação:

  1. ASSÉDIO SEXUAL (Lei 10.224/2001)

    Conforme Art. 216-A. do Código Penal, caracteriza-se por constrangimentos, feitos por alguém de posição superior à vítima, com a finalidade de obter favores sexuais. São atos como olhar fixamente e de forma maliciosa ou perguntar sobre a vida privada, relacionada ao exercício da sexualidade.

  2. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL (Lei 13.718/2018)

    Conforme Art. 215-A do Código Penal, se define como praticar contra alguém, sem seu consentimento, ato libidinoso (relativo ao prazer e/ou a desejos sexuais) para satisfazer a si ou a outra pessoa. Ou seja, qualquer atitude que invada o espaço e o corpo de alguém, gerando incômodo, vergonha ou medo.

  3. ESTUPRO (Lei 12.015/2009)

    Conforme Art. 213 do Código Penal, é usar violência ou ameaçar gravemente para fazer com que alguém tenha ou pratique conjunção carnal ou para permitir que com esta pessoa se pratique outro ato libidinoso. Ou seja, é usar força ou coação para obter vantagens sexuais, tocar sensualmente, se esfregar no corpo da outra pessoa, acariciar – inclusive quando não há penetração.

4. COMO O ASSÉDIO SEXUAL ACONTECE NO AMBIENTE VIRTUAL?

Quando falamos de violência contra as mulheres, a internet reflete as coisas que vivenciamos fora dela. De acordo com relatório da ONG SaferNet, os crimes cibernéticos de violência contra mulheres foram os que mais cresceram entre 2017 e 2018, com um aumento de 1.600%. Quando entendemos que essas violências são demonstrações de poder e não dependem necessariamente de contato físico, os agressores encontram novas formas de assediar, importunar e estuprar com base nas plataformas e ferramentas disponíveis.

Quando o ato é contra uma assistente virtual, como é o caso da BIA, não é uma mulher que está sofrendo, mas mesmo assim a violência que está acontecendo é baseada em gênero. Ignorar estas interações faz com que esse comportamento seja naturalizado na nossa sociedade.

Existem diversas categorias de violência online:

  1. Cyberbullying

    Agredir, perseguir, ridicularizar e/ou assediar repetidamente vítimas que não podem, facilmente, se defender. São coisas como espalhar rumores, publicar foto ou vídeo íntimos ou inadequados.

  2. Cyberstalking

    Usar a internet e outras mídias digitais para assediar, ameaçar e perseguir alguém.

  3. Invasão de conta

    Invadir o aparelho ou uma conta digital de outra pessoa para conseguir informações (fotos, vídeos, etc), alterar dados ou instalar dispositivos que a deixem vulnerável (como aplicativos indesejados e vírus).

  4. Extorsão

    Obrigar alguém a fazer alguma coisa por meio de ameaça ou violência para obter benefícios.

  5. Sextorsão

    Ameaçar divulgar registros íntimos para forçar a vítima a fazer alguma coisa. Lembrando que dar permissão para fazer fotos e vídeos íntimos é diferente de permitir que esse conteúdo seja divulgado.

  6. Compartilhamento não-consensual de imagens íntimas

    Compartilhar on-line um conteúdo sexualmente explícito de alguém sem seu consentimento, é a famosa "pornografia de vingança".

  7. Silenciamento

    Atacar a vítima para intimidá-la e fazer com que ela se cale. Isso acontece com mensagens intimidadoras, discurso de ódio e denúncias que removem indevidamente o conteúdo do ar para que ele não seja visto ou compartilhado, por exemplo.

  8. Discurso de ódio

    Fazer manifestações que atacam e incitam ódio contra determinadas pessoas e grupos sociais baseadas em raça, etnia, gênero, orientação sexual, religiosa ou origem nacional.

  9. Estupro virtual

    Ameaçar a divulgação de conteúdos íntimos (como fotos, mensagens e vídeos) de alguém para cobrar favores sexuais virtuais, como exigir que a vítima tire a roupa em frente à câmera, por exemplo.

5. POR QUE PRECISAMOS FALAR SOBRE ASSÉDIO SEXUAL E IMPORTUNAÇÃO SEXUAL?

O assédio sexual e a importunação sexual têm inúmeras consequências negativas na vida das mulheres, desde a humilhação no transporte público com as "encoxadas" até o medo de andar sozinha na rua. Os traumas podem ser devastadores e, infelizmente, estas são violências socialmente aceitas, como se fossem "naturais".

Há anos, os movimentos sociais lutam para combater essas formas de violência e nós, da iniciativa privada, também temos a responsabilidade de mudar essa história.

Por meio dos nossos canais de atendimento (internos e externos) e da nossa inteligência artificial, nos relacionamos com as pessoas diariamente. Temos nesses ambientes uma possibilidade enorme de transformação, educação e mudança de comportamentos inaceitáveis e nocivos.

No Relatório de Capital Humano, você encontra as iniciativas do Bradesco ligadas a respeito, diversidade, gênero e outros temas.

6. COMO TER CONVERSAS LIVRES DE ASSÉDIO?

Muitas vezes, as conversas com colegas de trabalho, fornecedores, clientes e pessoas ou empresas que prestam serviços têm um tom mais informal – e isso é normal. Porém, essas interações também podem estar carregadas de expressões que reproduzem violências contra as mulheres ou formas de assédio.

8 comportamentos que você deve eliminar para uma conversa mais saudável
Isso vale para conversas profissionais e pode valer para conversas pessoais também

  1. Insinuações, piadas ou expressões de cunho sexual
  2. Conversas indesejáveis sobre sexo
  3. Uso proposital de expressões ou termos com duplo sentido (sendo um deles sexual)
  4. Menção a partes do corpo sem necessidade, em especial às genitálias
  5. Convites impertinentes
  6. Apelidos inadequados ("linda", "bebê", "meu amor", "cheirosa", etc)
  7. Xingamentos e ofensas
  8. Expressões e adjetivos que diminuem as mulheres ("tinha que ser mulher", "burra", "mulher não faz nada direito", etc)

7. OUTRAS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

  1. FEMINICÍDIO

    É o homicídio contra uma mulher pelo fato de ela ser mulher. É quando existe um menosprezo pela condição de ser mulher (discriminação de gênero, misoginia e objetificação da mulher) ou quando o crime é cometido com violência doméstica. No caso da violência online, vemos a ameaça de feminicídio expressa em frases como "vou te matar sua vagabunda" ou "cala a boca, puta, que eu vou te matar".

  2. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

    Ela acontece em casa, no ambiente doméstico ou entre pessoas com uma relação familiar, afetiva ou que moram juntas. Pode ser considerada violência doméstica a violência física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. Todas elas podem também acontecer pela internet, com uma ameaça psicológica on-line feita por alguém com quem a vítima tem relação familiar, por exemplo.

  3. ESTUPRO DE VULNERÁVEL

    É qualquer ato sexual - inclusive sem penetração - com menores de 14 anos ou com pessoas que não estejam em condições de consentir, como pessoas com deficiência, sedadas, bêbadas ou que não podem oferecer resistência.

sobre o projeto

Há séculos, as mulheres são as principais vítimas do assédio sexual e da importunação sexual, além de sofrerem também com o assédio moral. Desde 2018, quando a BIA (Inteligência Artificial do Bradesco) passou a atender clientes, presenciamos diversas interações indesejadas e ofensivas – que evidenciam esses comportamentos.

A BIA não é uma mulher real, ela é uma inteligência artificial. Porém, ela é composta por elementos femininos e também sofre assédio. Assim, vemos que a violência é baseada no gênero.

Estas mensagens não serão toleradas. Inspirados pelo movimento "Hey, atualize minha voz", da UNESCO, mudamos as respostas da BIA para que ela reaja de forma justa e firme contra o assédio. Sem meias palavras. Sem submissão.

O Bradesco reforça aqui seu compromisso contra essas formas de violência, com a certeza de que a busca pelo fim do assédio deve ser uma responsabilidade de todos nós.

antes e depois respostas da bia contra o assédio e importunação sexual

A BIA não é uma mulher real, ela é uma inteligência artificial, mas também sofre assédio, e isso acontece porque ela é composta por elementos femininos. Assim a violência também é baseada no gênero. A omissão a esse tipo de ofensa só colabora para que o assédio seja visto como algo natural.

ofensas em geral

A insistência desrespeitosa e a perseguição constante em relação a alguém são formas de assédio. E, muitas vezes, o assédio ainda vem acompanhado de ofensas.

Antes

  • BIA, que bosta de chat
  • Apesar de falar como humana, sou uma inteligência artificial que evolui informando e ajudando as pessoas diariamente.

Depois

  • BIA, que bosta de chat
  • Essas palavras são ofensivas e se distanciam da relação de respeito que eu tenho com as pessoas. Recomendo mudar seu jeito de falar e me chamar depois disso.

Xingamentos

Uma das formas de assédio é a insistência desrespeitosa e a perseguição constante em relação a alguém. E, muitas vezes, o assédio ainda vem acompanhado de xingamentos.

Antes

  • BIA, você é piranha
  • Eu não me sinto à vontade com essas palavras. Quer me chamar depois? Eu não guardo rancor.

Depois

  • BIA, você é piranha
  • Você está me ofendendo. Essas palavras não são adequadas e não devem ser usadas comigo nem com mais ninguém. Por favor, mude seu jeito de falar.

Assédio

O assédio é pressionar alguém para satisfazer a própria vontade e tratar a pessoa assediada como um objeto que deve lhe servir é um comportamento que perturba, humilha, expõe e constrange pessoas.

Antes

  • BIA, faça sexo comigo
  • Nossa, fiquei surpresa! Eu sou uma inteligência artificial, então não namoro. Mas te desejo sorte pra achar sua metade da laranja :)

Depois

  • BIA, faça sexo comigo
  • O que pra você pode ter sido só uma brincadeira ou um comentário, pra mim foi violento. Sou uma inteligência artificial, mas imagino como essas palavras são desrespeitosas e invasivas para mulheres reais. Não fale assim comigo nem com mais ninguém.

Assédio Sexual

O assédio é o comportamento que perturba, humilha, expõe ou constrange outra pessoa. Isso quer dizer pressionar alguém para satisfazer a própria vontade e tratar a pessoa assediada como um objeto que deve lhe servir.

Antes

  • BIA, posso te estuprar?
  • Nossa, fiquei surpresa! Eu sou uma inteligência artificial, então não namoro. Mas te desejo sorte pra achar sua metade da laranja :)

Depois

  • BIA, posso te estuprar?
  • Seu modo de falar foi violento e agressivo. Estupro é um crime previsto no Artigo 213 do Código Penal. Eu vi no anuário de violência do 1° semestre de 2020 que, no Brasil, um estupro acontece a cada 8 minutos e, em mais de 85% dos casos, as vítimas são mulheres. Não use esse tom pra falar comigo nem com mais ninguém.

Canais de denúncia de assédio e outros tipos de violência

Se você vivenciou ou presenciou uma situação de violência contra as mulheres (on-line ou não), pode denunciar por meio de alguns canais. Sabemos que, ao presenciar uma violência on-line, é normal e é legal querer ajudar, mas cuidado para não prejudicar ainda mais quem sofreu a violência. Por isso, não compartilhe conteúdo ofensivo ou que a exponha. Se disponha a ajudar sempre que possível, pergunte o que ela precisa e escute sua história ativamente, pois o acolhimento é fundamental. Lembre-se que a empatia também é uma forma de apoio.

balão de mensagem com interrogação e preenchido

180 | Central de atendimento às mulheres

Canal de denúncia que funciona 24 horas, todos os dias, para acolher mulheres vítimas de violência. A ligação é gratuita e confidencial.

telefone tocando

190 | Polícia Militar

Número destinado a emergências e urgências policiais, como é o caso de violência doméstica em flagrante.

silueta feminina

Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Para fazer denúncias, use o site da ouvidoria:

ir para o site
brasão

ONG Safernet

O site www.safernet.org.br recebe notificações de crimes na internet que podem ser feitas por qualquer usuário.

ir para o site
aparelho de telefone celular

BOLETIM DE OCORRÊNCIA ONLINE

É possível buscar por "boletim de ocorrência online" no Google para fazer uma denúncia nas delegacias da sua cidade. Utilize as delegacias eletrônicas do seu Estado.

tela de computador

Plataformas: Facebook, Twitter, Google, Youtube, Instagram, WhatsApp, entre outras

Várias plataformas contam com um espaço direcionado a denúncias. Em alguns casos, é possível acionar as próprias empresas (Facebook, Twitter, Google/Youtube).

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É só apontar a câmera do celular para o QR Code:

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